[ ISRAEL x HAMAS - APRENDA A DESTRUIR RELACIONAMENTOS. ]
- Fábio Castelo
- 28 de mar. de 2024
- 2 min de leitura

Podemos nos utilizar do conflito Israel x Palestina para exemplificar de forma mnêmica os 3 pilares envolvidos na formação de RELACIONAMENTOS HUMANOS.
FRONTEIRAS OU LIMITES: Antes de existirem relacionamentos é imprescindível existirem as fronteiras, os limites estabelecidos por cada parte na relação. 90% dos problemas relacionais advém do desrespeito aos limites, sejam eles expressos ou culturais.
PERMEABILIDADE DAS FRONTEIRAS: antes da eclosão de quaisquer guerra, as fronteiras são permeáveis, ou seja, tanto palestinos quanto israelenses ingressavam em ambos os países para suas relações laborais etc. Tratam-se de verdadeiras CONCESSÕES, que atendem também ao princípio da RECIPROCIDADE: Ao te conceder algo, em sequência você também me concede. É a reciprocidade que vai aprofundando os laços relacionais. Quando ocorre um ato declarado de guerra, as fronteiras se fecham e a permeabilidade e a reciprocidade também se encerram. O mesmo ocorre em um relacionamento humano: diante de um ato ou comunicação hostil, de força, nos fechamos e reforçamos cada vez mais as nossas fronteiras, nos protegendo de possíveis ataques. Ficamos preparados para contra-atacar a eventual injusta agressão sofrida. Há tensão e medo instaurado.
COMUNICAÇÃO NÃO VIOLENTA ou NÃO HOSTIL: nosso grau de civilidade substituiu as espadas pelos comportamentos e palavras. As palavras são a fase final de todo um complexo processo de pensamento que também abrange suas crenças e traumas pessoais. Hoje essas são as armas que mais nos utilizamos para iniciar um conflito. Dentro da não violência também entendemos uma injusta ou oferta prejudicial imposta a nós como um ato de agressão e, como tal, novamente fechamos nossas fronteiras. Já repararam que na guerra, a primeira coisa a ser feita é fechar a embaixada no país hostil encerrando as comunicações diplomáticas? Em meio a uma guerra, a ausência de comunicação não hostil só escala o conflito. O mesmo ocorre quando você tem um conflito doméstico. Ficar sem falar com o seu companheiro/companheira não desescala o conflito.
E como se desescala um conflito relacional humano? Depende.
Se o ato hostil inicial é terrorista e extremamente grave, guardadas as devidas proporções aos relacionamentos humanos, é improvável que isso se desescale no curto-prazo. Há uma grande probabilidade de que nunca se resolvam. “Depois que se aperta o gatilho, desculpas não curam feridas de projetis.”
Se a hostilidade não é severa o suficiente, devemos percorrer o mesmo caminho para a construção de relacionamento: comunicação não hostil buscando a permeabilidade das fronteiras com trocas e concessões recíprocas, justas e legítimas.
Claro que é mais fácil construir um novo relacionamento do que reconstruir algo que já foi manchado. A confiança interpessoal foi fator crucial para a sobrevivência de nossa espécie na era paleolítica. Assim, associamos a ausência de confiança à sensação de medo. Esta, por sua vez, aciona neurotransmissores cerebrais responsáveis pelos comportamentos de luta/fuga. Com o nosso modo “guerra” ativo torna-se fácil compreender o porquê de observarmos com mais foco os comportamentos negativos alheios. Eis a razão pela qual é mais difícil reconstruir um relacionamento.
Portanto sempre associe um comportamento/comunicação hostil próprio a um ato de declaração de guerra e lembre-se dos efeitos que isso repercutirá nos outros.
Na vida, assim como na diplomacia, o silêncio sempre precede a uma resposta refletida quando ele, por si próprio, não se torna a melhor resposta a um incidente crítico.
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